Worst Off

Liga-se a televisão, RTP1, "Amália no Olympia - 20 anos depois".

Não só não é Amália, como não é o Olympia. São sim algumas das melhores Amálias do presente e o Campo Pequeno a recriarem o último concerto de Amália no Olympia de Paris.

Abrimos com Amália de aparelho nos dentes e ar jovem, sob o pseudónimo de Carminho. Seguimos com Amália sem dieta e mais viril, sob o pseudónimo de Ricardo Ribeiro. Segue-se Amália de vistoso decote e vestido brilhante, sob o pseudónimo de Ana Moura. Prosseguimos com Amália XS, sob a graça de Camané. Somos, de seguida, atacados com Amália de andas e cabelo oxigenado, e ai de quem escreva Mariza com S. Somos então presenteados com a Irmã Amália, não uma freira, mas a verdadeira irmã de Amália, Celeste Rodrigues.

Já com os ouvidos calejados de ouvir boas interpretações instrumentais e vocais, eis que a performance de Mariza me fica aqui a zunir. Mas com uma força... Não nego a capacidade vocal e musical da dita artista. Apenas reprovo a sua capacidade de intepretação. Tudo é bom na quantidade certa. O que é de menos é mau. O que é de mais é mau. Há que encontrar equilíbrio. Se ouvirem Mariza com atenção, as quebras e demoras que efectua a meio das canções, com os seus belos trinados e torneados muito elaborados e rebuscados (e mais coisas acabadas em -ados) dão tempo a que os músicos pousem as guitarras, vão fazer a sua necessidade fisiológica mais demorada, comam um pastel de nata no camarim, tirem as unhas postiças, mudem a fita-cola às unhas postiças, voltem a colocar as unhas postiças, mudem as cordas dos instrumentos, puxem o lustro à madeira das guitarras, contem até 100 à velocidade de um número a cada dois segundos e esperem que a arbitragem em Portugal seja decente e, AÍ SIM, voltem a tocar o fado que está a ser interpretado.

Com este pensamento me despEeEeEeEeEeEeEeEuUuUuUuUuUiIiIiIiIiIiIiIiIaAaAaAaAaAaAaAaAaAaAUuEeEeeeeeee...EÇO!