Era uma vez...



Em nome do Vieira, do Quique e do Maestro Santo - os sagrados coveiros da Luz

Era uma vez um gato maltês, tocava piano e falava francês. Esta história já todos vós conhecem, mas aposto que não sabem esta:

Era uma vez um gajo espanhol, tinha sangue cigano e era treinador de futebol!

Senhoras e senhores, vou contar-vos a história da não-aparição de Nosso Sr. Treinador Quique Flores aos 3 Pontinhos! Há muito, muito tempo (e não comecem a cantar José Cid) o Sport Lisboa e Benfica era um clube ganhador, símbolo maior do futebol português no panorama internacional. Desse Benfica resta a memória e veneração de São Eusébio, que terá feito o milagre da multiplicação dos golos ao serviço do Glorioso e da selecção nacional portuguesa. Aos poucos houve uma divisão das religiões, tal qual o protestantismo, e o Benfica começou a perder o seu fulgor, cedendo terreno à região da cidade Invicta, onde o azul e o branco começaram a apoderar-se das vitórias e da tão desejada glória. Assim como São Jorge de Capadócia, o Benfica tentou derrotar o Dragão, mas não conseguiu reduzi-lo a fumo. Desta feita, foi outro Jorge que se fez notar: S. Jorge Nuno Pinto da Costa. Passaram-se anos em que o Benfica teve muito poucas vitórias. Um campeonato aqui e ali ia alegrando as almas de milhões de fiéis e crentes por todo o mundo (e também por Portugal). Os líderes espirituais do SLB sempre geraram alguma controvérsia ao longo do tempo. Começando por João Vale e Azevedo, que é uma pessoa que nunca fugiu à Lei. Ele não fugiu da Lei, apenas foi direitinho a ela e violou-a brutalmente! Passando também por Manuel Vilarinho, uma pessoa extremamente... ai... qual é palavra? SÓBRIA! Chegando, por fim (mas não menos importante), a Luís Filipe Vieira, homem conhecido pelo seu Espírito Santo de Orelhas. Não sei se repararam, mas o Benfica é um clube de aliterações com a letra V. Vale e Azevedo, Vilarinho, Vieira, águia Vitória. Também há uma palavra que começa em vi-, acaba em -ce e tem -gari- no meio, mas que não se aplica, de todo, a um clube que sempre foi exemplar na luta contra... upss... a favor da verdade desportiva.

Mais recentemente, foram encomendados os serviços de José António Camacho (Zé Tó Macho, para os amigos). Machito (para os amigos ainda mais íntimos) conseguiu vencer o primeiro título da sua carreira ao serviço do Benfica: a Taça de Portugal, em 2004. Mesmo com essa vitória, Camacho não continuou a treinar a equipa benfiquista e deu lugar a um senhor italiano, que venceu o campeonato nacional, em 2005, na cidade do Porto. Mesmo com esta vitória, Trapattoni (o nome do senhor italiano) foi-se embora, dando lugar a Ronald Koeman, velha glória do futebol holandês. Koeman não conseguiu muito, apesar de ter estado nos quartos-de-final da Liga dos Campeões Europeus. Em 2006 foi a vez de Fernando Santos (elá, um português!) treinar o Benfica. Não foi muito bem sucedido e acabou por sair em 2007, após a primeira jornada da época 2007/2008. O substituto encontrado foi o Salvador da Pátria, Zé Tó Camacho!Machito voltou, mas não conseguiu o sucesso de outros tempos. Sendo assim, foi encontrada uma solução no seio do clube: Fernando Chalana! Chalana, o homem que teve como grandes inimigos os microfones das conferências de imprensa, acabou por conduzir a equipa ao 4.º lugar da classificação. Eu disse 4.º? Peço desculpa: o 1.º lugar... a seguir ao 3.º! É que há que colocar o Benfica no lugar em que os seus dirigentes o colocam no início das temporadas: em primeiro! Nem que seja a contar do fim...

Agora vem a melhor parte da história: a não-aparição! Rui Costa... ou São Mártir Rui Costa, aclamado jogador português, que deixou o Benfica para jogar na Fiorentina e no AC Milan, acabou a carreira no seu clube do coração (que é um clube que funciona no seu ventrículo esquerdo) e passou a ser director desportivo do clube lisboeta. Ou melhor, passou a ser Técnico de Túneis do clube lisboeta. Rui Costa conseguiu grandes e caras contratações de jogadores, tal como Zé Tó Reyes, Pablinho Aimar, David Suazo (este por empréstimo), etc. A cereja no topo do bolo foi a contratação do famoso Nosso Sr. Treinador Quique Flores, que já tinha passado pelo Valência. Ao chegar a Lisboa, N. S. Flores teve uma prestação medíocre no comando técnico do Benfica. Não conseguiu ganhar muitos jogos... nem metade! Teve uma participação miserável na Taça UEFA, e a coisa não correu muito melhor na Taça de Portugal. Abaixo das expectativas no campeonato... Mas venceu a Taça da Liga! A Carlsberg Cup não escapou... e foi ganha graças ao milagre de S. Lucílio Baptista (o tal que baptizou Jesus no Rio Jordão), que conseguiu transformar peito em braço, tal como água em vinho.

Mas, constantemente, andavam 3 Pontinhos à luta para serem ganhos. 3 Pontinhos muito pequenos, andavam pelos campos a vaguear, à espera de serem conquistados. Longos dias aguardaram por um sinal, por uma aparição do Benfica nas vitórias regulares. O trabalho de N. Sr. Treinador Quique Flores era tão sublime e notório, que até era invisível. Tão invisível que os 3 Pontinhos nunca puderam ver o Benfica. A invisibilidade de tão grande clube fez com que esta não-aparição se confirmasse. Os 3 Pontinhos diziam às pessoas que tinham visto N. Sr. Treinador Quique Flores e que este lhes tinha dito que algo ia chegar. Pediu-lhes para guardarem três segredos! Esses segredos foram desvendados... o primeiro diz que "um senhor vestido de preto trará o terror ao mundo, quando soar o seu apito!". O segundo segredo diz-nos "O Nuno Gomes usa shampoo de ervas aromáticas e alecrim, com amaciador de goiaba". Por fim, o terceiro segredo diz "Eu só não gosto do Léo, porque para olhar para ele preciso de dobrar muito a coluna e já ganhei uma escoliose à conta disso!". Ninguém acreditou na história dos 3 Pontinhos, porque toda a gente sabe que os 3 Pontinhos não sabem falar castelhano e que apenas compreendem pessoas com pronúncia do Norte. Os 3 Pontinhos vivem na angústia de não terem encontrado N. Sr. Treinador Quique Flores, mas mantêm a fé bem viva e continuam a ir sempre à Catedral, local onde milhares de peregrinos rumam para mostrar lenços brancos ao seu fiel santo N. Sr. Treinador Quique Flores, assim como quando vêem a imagem de N. Sra. de Fátima.

Mesmo sem aparição aos 3 Pontinhos, N. Sr. Treinador Quique Flores continua a ser venerado e assobiado (de alegria, pois claro), no fim dos sacrifícios que concede ao Deus da Águia, em que o plantel do Benfica cai voluntariamente aos pés dos adversários, inspirando-se na Paixão de Cristo e na sua morte, já que estão todos mais perto da Luz. Resta esperar pela Ressurreição!

PorPedro Fernandes Martins à(s) 00:02

3 comentários:

Anónimo disse... 13 de maio de 2009 às 19:47  

o maior post do ano (e o mais santo tambem)

a provedora

Campos disse... 14 de maio de 2009 às 20:15  

Este é dos posts mais espeteculares que já li. Parabéns!

(e grande, ufa ;) )

Tânia Roques disse... 14 de maio de 2009 às 22:20  

Amem!! lol

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