Jogo Duplo
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
Não sei se já alguém percebeu a real lógica do concurso "Jogo Duplo", que a RTP1 transmite à noite. Supostamente é um jogo onde o bluff pode ser um arma crucial, mas a verdade é que topa-se à distância que eles não estão a fazer bluff. Desde que lembro de um episódio em que o Sr. Que Já Foi Feliz em Todo o Lado (até mesmo num curral de porcos, ou na Faixa de Gaza, sob ataque de rockets israelitas) pergunta:
"Então, dona Coisinha, correu-lhe bem esta fase?"
- Optimamente! Acertei tudo!
"Ah foi? Então quem é o Secretário-geral da ONU?
- É o Kofi Annan!
"Ah, muuuuito bem!
Isto não é bluff! É aquilo que não deveria constar do perfil de um candidato a um concurso de cultura geral e chama-se, precisamente... hmm... não ter cultura geral suficiente no que toca à ONU. Claro que se percebe que toda a gente errou esta pergunta e não tramou a dona Coisinha, já que o actual secretário-geral da ONU não é Kofi Annan, mas sim Ban Ki-Moon. Com este deslize a dona Coisinha tinha ido por água abaixo e teria logo carregado no botão para desistir, se alguém minimamente culto e atento a ponto de perceber que a ONU tem limite de mandatos tivesse entalado a dona Coisinha. A ONU não pára no Gana e no senhor simpático de côr escura. Também segue para a Coreia e para o senhor amarelito com os olhos em biquinho.
Muita gente questiona também por que é que as pessoas não carregam no botão quando até têm noção de que o jogo lhes correu mal. A resposta parece-me simples: aqueles botões lembram os botões dos detonadores de explosivos e as pessoas têm medo que o estúdio ou as suas casas vão pelos ares. Não vamos dar numa de "estala a bomba e o foguete vai no ar, arrebenta e fiquei todo queimado!"
PorPedro Fernandes Martins à(s) 23:42
Etiquetas: Jogo Duplo
0 comentários:
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)