Há lá coisas...


Quando eu pensava que já tinha visto muita coisa, eis que ao servir-me de "mousse de chocolate" (entre aspas, frise-se isso; já vão perceber porquê) sinto na boca uns grumos bastante estranhos. A primeira coisa que surge é "olha, são bocadinhos de chocolate que não derreteram".
Quando se dá mais uma volta na boca pensa-se "hmm, se fosse chocolate isto ter-se-ia desfeito com uma simples trinca". Quando se tira o tal intruso para um guardanapo há uma espécie de admiração, horror e taquicardia: UM BOCADINHO DE COUVE!
Bem, pensava que era um simples bocadinho que tinha ido parar a um banho de chocolate por engano. Já há terapias de esfoliação com chocolate, não há? Se não há, deve haver. Como há quem se besunte com lama, deve haver quem se besunte com chocolate. E os bocados de couve não são menos do que as pessoas para não poderem ter a liberdade de se mergulharem em chocolate. Prosseguindo... continuei a comer!
Eis que me surge o pai (ou mãe) do bocadinho pequenino da couve. A primeira coisa que a pessoa pensa é: bem, o bocadinho atirou-se para uma esfoliação com chocolate, o pai pensou que o filho tinha caído acidentalmente para um charco de chocolate, vai disto e atira-se para salvar o filho. Bem, podia não ser o pai... há a hipótese de haver bocados de couve que sejam bocados-de-couve-nadadores-salvadores. Mas naquela mistela de chocolate ninguém salvou ninguém, mas acabaram por se afogar os dois.
Quando falo com as duas colegas que me acompanhavam reparo que elas também se tinham apercebido de que tinham bocados de couve na boca. E nisto uma pessoa pensa: PORRA! NÃO FOI UM BOCADO QUE SE ATIROU AO CHOCOLATE PARA SALVAR UM BOCADINHO! FOI UM TSUNAMI DE CHOCOLATE QUE VARREU UMA PLANTAÇÃO DE COUVES!
Depois de aberto e concluído um inquérito para apurar a responsabilidade desta situação, o dito responsável já foi encontrado. Trata-se precisamente do cão do(a) senhor(a) que fez (ou supostamente fez) a mousse. Trata-se de um cão cujo aparelho digestivo não funcionou muito bem, que não conseguiu dar cabo dos bocadinhos de couve ingeridos por animal e que decidiu manifestar-se através de uma senhora diarreia. Trata-se de um cão habilidoso que manifesta as suas necessidades fisiológicas dentro de taças de vidro. Julgavam que me iam entalar com a pergunta "então e como é que os dejectos foram parar a uma taça de vidro?". Enganaram-se, caros leitores.
Já a dona congratula-se com a eficiência da mousse de chocolate instantânea que comprou. Nem foi preciso abrir as embalagens para que a sobremesa ficasse feita.
Ainda me hão-de explicar por que é que dizemos "senhora qualquer coisa" para adjectivarmos uma coisa como grande e vistosa.
Senhoras diarreias, sim senhores! Aqui está um exemplo de uma frase em que se usa as palavras "senhoras" e "senhores" sem ser para apresentar qualquer coisa, ou para definir a quem são atribuídas determinadas casas-de-banho.
Foi todo um post que não tirou nenhuma conclusão especial e não abordou nenhum tema particularmente interessante, a não ser mousse, chocolate, couves, esfoliação, cão, dejectos de cão, taças de vidro, couves, mousse, mousse e couves. E chocolate. E o tamanho do post assustou-vos! Foi ou não foi? MEDRICAS!

PorPedro Fernandes Martins à(s) 06:22

0 comentários:

Enviar um comentário